terça-feira, 23 de abril de 2013

É BOM SABER!!!

Professores de matemática vão à França para fazer estágio


Como estágio para aprimoramento docente, 26 professores da primeira turma do Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat) embarcaram no dia 14 para a França, onde passarão um mês fazendo estágio no Centre International d'Études Pédagogiques (Ciep), em Paris. O período de estudos é parte do Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Matemática na França (PDPM) desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

O Profmat é um curso semipresencial realizado por uma rede de instituições de ensino superior, por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), e coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática. O programa atende professores de matemática em exercício no ensino básico, especialmente na escola pública, para aprimorar a formação do docente.

O mestrado tem impacto na carreira dos professores, como avalia Aucenei da Fonseca, de Porto Velho, Rondônia. “Minha participação no Profmat foi proveitosa em todos os sentidos, em conhecimento, financeiro e realização profissional”, disse o professor. “Vale salientar que jamais sairia de minha cidade para fazer um mestrado, mas o programa, nos moldes em que foi feito, propiciou a realização deste sonho. A idéia agora é continuar o aperfeiçoamento buscando um doutorado”, concluiu.

De norte a sul, o mestrado profissional tem aberto novos horizontes para os professores. De acordo com Alessandro da Silva Saadi, de Rio Grande (RS), o curso permite que os docentes repensem a prática e articulem novos projetos. “No meu caso, estava formado há 10 anos e tinha uma esperança de fazer um mestrado, o Profmat veio a calhar, pois tive autonomia para gerir os meus estudos”, afirmou.

Para o professor mineiro Neilon de Oliveira, de Patrocínio, o programa oferece uma oportunidade de “estudar e revisar disciplinas importantes que nos ajudam na nossa prática pedagógica”. Foram dois anos de dedicação e luta para conseguir chegar a esta etapa final. “Como professor, minha visão e atuação em sala mudou muito”, disse.

A experiência na França é outro ponto de destaque para os professores, e gera muita expectativa. “Eu espero trazer para a minha cidade novidades pedagógicas que possam melhorar significativamente o aprendizado dos alunos nesta matéria tão intrigante para a grande maioria dos estudantes”, explicou Aucenei. Para Neilon, conhecer outra cultura educacional permite trazer o que há de positivo para o Brasil. “Espero que possamos entender a dinâmica do sistema educacional francês, como professores atuam em sala de aulas, quais as metodologias e que tipo de material didático utilizam”, disse. Neilon acredita que o estágio permite trazer o que há de positivo para o Brasil. “Qual é a estrutura oferecida pelas escolas francesas, a importância do professor na sociedade, nível de aceitação da escola na sociedade francesa”, finalizou.

Diego Rocha

sexta-feira, 19 de abril de 2013

 



 JOÃOZINHO DIZ CADA UMA!

 Certo dia o Joaozinho tava estudando em casa para a prova oral de matemática com o seu Pai.

No dia da aula, a professora pergunta para ele.

- Joaozinho estudou para prova oral?

- Sim estudei professora.

- Então o que vem depois do três.

Joaozinho respondeu, - o 4.

A professora disse:
-Muito bem Joaozinho.Então o que vem depois do seis?
-Joaozinho respondeu: - o 7.

A professora disse, muito bem.

Agora o para ganhar um dez.

O que vem depois do 10?
Joaozinho respondeu: - Essa é fácil Professora.O que vem depois do dez é o Valete.
 







PERGUNTAS QUE DEIXAM DÚVIDAS

O professor de matematica pergunta pro aluno:

- se voce tivesse 7 dolares num bolso e 7 dolares no outro , o que você  teria ?

- as calças de um americano, professor!!!

segunda-feira, 1 de abril de 2013


Angicos: as 40 horas que mudaram vidas

Cledivânia Pereira
 
Das 380 palavras usadas pelos moradores do município de Angicos – localizado a 194 km de Natal – em 1963, FELICIDADE não foi identificada pelo grupo de educadores que implantaram na época o método de alfabetização “40 Horas de Angicos”, pensado e implementado pelo educador Paulo Freire. Nas palavras usadas no dia a dia das 300 pessoas que se matricularam na primeira turma da experiência, DEUS, PROMESSA, ESMOLA, CHUVA, BRANCO, PRETO, TRISTE, ALVOROÇO, MEDO, CORAGEM, CONFORMAÇÃO e INVERNO eram algumas das que se destacavam. Esse universo restrito de formação ortográfica (assim como a falta de outras, como FELICIDADE) podem construir, ainda hoje – com uma distância de exatos 50 anos – o cenário social, cultural e religioso do grupo que conseguiu decodificar, após as 40 horas de estudo, muitas das palavras que verbalizava no cotidiano.

Ousadia: Alfabetizar muitos em pouco  tempo

Pensado e estruturado pelo educador pernambucano Paulo Freire, o método  de alfabetização testado em Angicos tinha um objetivo ousado: alfabetizar adultos de forma rápida e barata. E o primeiro passo era o de catalogar as palavras usadas pelo grupo de alunos, pois essas embasariam as aulas. Na próxima terça-feira, dia 2 de abril, a entrega dos diplomas de alfabetização dessa primeira turma completa meio século.
ReproduçãoAlunos da primeira turma de alfabetização de Angicos reunidos para receber certificadoAlunos da primeira turma de alfabetização de Angicos reunidos para receber certificado

A comemoração da data será bem mais singela que o evento montado no dia da formatura – 2 de abril de 1963. Na solenidade estavam presentes o presidente da República, João Goulart, o governador do RN Aluízio Alves, o secretário estadual de Educação, Calazans Fernandes,  ministros de Estado, governadores do Nordeste, os 12 monitores do projeto – entre os quais o advogado Marcos Guerra –, os 300 alunos e suas famílias.

No grupo das autoridades uma presença chamava a atenção. Fardado, lá estava o general Castelo Branco, que um ano após aquela aula de conclusão de curso assumiu a presidência da República com o golpe militar de 1964. Ele não fez pronunciamento público no encontro, mas disse a Calazans Fernandes que o projeto estava “engordando cascaveis”. Um ano depois, um dos atos de Castelo Branco após sua posse foi o de desarticular o grupo do educador Paulo Freire, que foi preso e exilado. O advogado Marcos Guerra, coordenador do projeto de Angicos, também foi preso e exilado.


Com a prisão dos educadores e a desarticulação do grupo, o projeto foi impedido de ser expandido no Brasil e as primeiras experiências do RN foram extintas.

Nesses últimos 50 anos a experiência de Angicos foi base de alguns estudos acadêmicos, citados milhares de vezes nas cadeiras de Educação nas universidades pelo mundo, tida como referência por, pelo menos, 50 países, mas não houve, até agora, uma releitura ou apropriação do método para a implementação em grande escala como era o objetivo da época. “O projeto é atual, precisa ser revisitado e atualizado. Mas está lá, pronto. Porque Paulo Freire não preparou um método de alfabetização. E sim um método de aprendizagem. De como conhecer. E isso não mudou”, avalia Marcos Guerra.
ReproduçãoPaulo Freire voltou a Angicos em 1993, reencontrou alunos e monitores do programaPaulo Freire voltou a Angicos em 1993, reencontrou alunos e monitores do programa

Estudo

Em 2002, a educadora Nilcéa Lemos Pelandré analisou os “efeitos a longo prazo do método de alfabetização”. Após entrevistar alunos que se alfabetizaram em 1963, a estudiosa descreveu que os participantes aprenderam a escrever palavras isoladas e frases simples e curtas. A aprendizagem mais significativa, sendo a pesquisadora, foi a elevação da autoestima e a consciência de não se sentirem mais excluídos do mundo letrado.   

ESPERANÇA estava entre as palavras catalogadas pelos coordenadores do curso de alfabetização em Angicos. ESPERANÇA de dias melhores, ESPERANÇA de entender melhor o mundo, como bem sintetizou o aluno Antônio Silva, à época com 51 anos, que falou em nome da turma às autoridades presentes: “Temos muita necessidade das coisas que nós não sabia, e que hoje estamos sabendo. Em outra hora, nós era massa, hoje já não somos mais, estamos sendo povo”.