quinta-feira, 16 de agosto de 2012



EDUCAÇÃO » Três escolas do RN estão entre as  piores do país


Os municípios de Lagoa de Pedras, localizado na microrregião do Agreste Potiguar, e Pedro Avelino, na região central do Rio Grande do Norte, ostentam o lamentável título de piores municípios do Brasil nos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) 2011. Segundo a avaliação, Lagoa de Pedras obteve o índice de 1,0 enquanto Pedro Avelino alcançou 1,2, muito abaixo da meta estadual, que é de 4,6. A listagem das dez piores classificações do país contempla ainda o município de Pilões, situado na região do Alto Oeste potiguar, com índice de 1,4. A lanterninha nacional do IDEB é a Escola Estadual João Tomás Neto, de ensino fundamental e médio. Já a escola municipal de Lagoa de Pedra conseguiu alcançar a meta projetada de 3,1 na avaliação.

Os dados do IDEB foram divulgados na última terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC) e novamente o estado do Rio Grande do Norte não atingiu a meta proposta de 4,6, chegando a 4,2. Apesar disso, o estado apresentou um crescimentode 0,3 ponto em relação à pesquisa de 2009. A listagem das dez piores classificações no IDEB só contempla municípios da região Nordeste, sendo três do Rio Grande do Norte, seis de Alagoas, três da Bahia e um de Sergipe.

Criado em 2005, o IDEB é calculado a cada dois anos com base no desempenho dos alunos na Prova Brasil, de português e matemática, e na taxa de aprovação das escolas. A avaliação é aplicada a alunos da 4ª e 5ª séries e da 8ª e 9ª séries de todas as escolas públicas com mais de 20 alunos matriculados na turma. Estudantes do 3º ano do ensino médio e de escolas particulares são avaliados de forma amostral.

Na região metropolitana do estado, apenas Parnamirim ultrapassou a meta de 4 pontos atingindo o índice de 4,1, nos Anos Iniciais. A Escola Municipal Nossa Senhora da Guia foi a campeão do IDEB no RN, alcançando o invejável índice de 6,7, ultrapassando todas as metas estadual, municipal e nacional e, inclusive o índice de 2009 que ficou em 6,4. Já o município de Natal ficou a 0,1 de bater a meta, atingindo 4,0 para uma meta de 4,1. Macaíba também não alcançou os índices projetados de 3,5, ficando com 3,2 e Extremoz com 3,4 quando projetou 3,6.

Natal integra uma rede de capitais que não bateram as metas das séries iniciais nem das finais do ensino médio: Aracaju (SE), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO) e São Paulo (SP). Além dessas redes, a de Macapá (AP), Manuaus (AM), Rio Branco (AC) e São Luís (MA) não bateram as metas dos anos iniciais. Recife (PE) não atingiu a meta para os anos finais do ensino médio.

As três cidades do Rio Grande do Norte que integram a lista das dez piores são consideradas de pequeno porte, mas segundo os dados do Tesouro Nacional, receberam uma boa quantidade de recursos do Fundo da Educação Básica (Fundeb), além do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Situado a 51 quilômetros de Natal e com um total de 7.390 habitantes, o município de Lagoa de Pedras recebeu um total de R$ 3.750.998,46 do Fundeb que, se dividíssemos pelo número de habitantes daria um valor de R$ 507,57 por cabeça. Já o município de Pedro Avelino, cuja escola avaliada é da rede municipal, recebeu R$ 2.540.313, 65, enquanto que Pilões foi contemplado com R$ 1.097.539,23 do Fundeb.

Piores municípios do país

- Lagoa de Pedras/RN (Estadual) 1.0
- Pedro Avelino/RN (Municipal) 1.2
- Capela/AL (Estadual) 1.3
- Murici/AL (Estadual) 1.3
- Iraquara/BA (Estadual) 1.3
- Pilões/RN (Municipal) 1.4
- Barra dos Coqueiros/SE (Estadual) 1.5
- Pojuca/BA (Estadual) 1.5
- Atalaia/AL (Estadual) 1.6
- Monteiropolis/AL (Municipal) 1.6
- Monteiropolis/AL (Pública) 1.6
- Pão de Açúcar/AL (Estadual) 1.6
- Itanagra/BA (Estadual) 1.6

Secretária justifica nota da Tomás Neto
A secretária estadual de Educação Betânia Ramalho acredita que parte das deficiências apresentadas pela Escola Estadual João Tomás Neto, do município de Lagoa de Pedras, pode ser justificada pela falta de uma liderança pedagógica na unidade. "O trabalho do gestor deve averiguar os problemas pedagógicos como a falta de professores e abandono de alunos", justificou.

Apesar de não conhecer a escola, a secretária diz que tem conhecimento dos baixos desempenhos da unidade. "Precisamos identificar agora quais são os problemas enfrentados por esta escola", destacando que outros segmentos como a família e os órgãos reguladores têm papel relevante na construção de uma escola eficiente. "Há várias partes responsáveis por estas deficiências", defende.

Durante a entrevista coletiva na Secretaria de Educação, Betânia Ramalho comentou os resultados do estado no IDEB 2011 e afirmou que o governo não tem como resolver a situação da noite para o dia. "A sociedade precisa entender que mundo se transformou e a escola continua trabalhando com giz, quadro e professores formados no século 20".

Segundo ela, houve o cumprimento de algumas metas e em outras, cujos objetivos não foram atingidos, ocorreram avanços. "Tivemos uma grande greve que durou 79 dias que afetou de forma decisiva o calendário escolar e a qualidade do Ensino/Aprendizagem. Mesmo assim o Estado superou a projeção do MEC para 2011 e conseguiu avançar nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, se comparado com o último levantamento, realizado em 2009. Já em relação aos Anos Finais e ao Ensino Médio, o índice de 2009 foi mantido. É um dado importante, quando é levada em conta a informação de que nove estados do país obtiveram um resultado pior do que em 2009".

Em relação aos anos iniciais do Ensino Fundamental a rede total (pública e privada) alcançou índice de 3,4 no IDEB 2011. Somente a rede privada teve 5,8 como nota, enquanto a pública alcançou uma média de 3,3. O Ensino Fundamental da rede privada dos anos finais apresentou uma nota de 5,5 e a rede pública obteve 2,9. Já o ensino Médio Regular total do RN exibiu 3,1. A rede privada ficou com 5,1 e a rede pública com 2,8.

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